Dia 27 de Março - Terça feira
Sri Ramanujacarya - Aparecimento
Ramanuja Acharya
Sri Ramanuja Acharya apareceu em 1017 D.C. perto de Madras, sul da Índia, numa família de eruditos védicos. Os Sri Vaisnavas dizem que ele era uma encarnação de Lakshmana. A palavra Ramanuja significa “seguidor de Rãma.” Ele recebeu esse nome porque Lakshmana sempre segue e serve Seu irmão Senhor Rãmacandra.
Um menino de espantosa inteligência, Ramanuja rapidamente aprendeu sânscrito, lógica, e os Vedas. Tomou diksha e casou com a idade de dezesseis anos. Ramanuja estudou com um guru mayavadi, Yadava Prakash, a fim de dominar a filosofia mayavadi e derrotá-la. Quando o brilhante Ramanuja continuamente ficava refutando seus argumentos mayavadis, Yadava Prakash tentou assassiná-lo. Sem obter sucesso nesse plano, Yadava Prakash expulsou Ramanuja do ashram. Antes de sair, Ramanuja derrotou completamente a teoria de seu guru da unidade e não distinção.
Ramanuja explicou: “Enquanto certa unidade pode ser vista no inter-relacionamento de todas as coisas, ainda assim tudo dentro do universo tem sua própria realidade distinta. Pérolas ensartadas num fio compartilham da unidade; coletivamente elas formam um todo orgânico – um colar. Mesmo assim, cada perola individual tem suas próprias qualidades singulares. Enquanto espírito, matéria, e Deus podem ser vistos como um só todo orgânico, cada qual tem suas qualidades singulares. Portanto, o princípio de unidade absoluta de Shankara não pôde se sustentar. Em vez disso, o princípio da unidade caracterizada por diferentes qualidades deve ser aceito.”
Algum tempo depois, Yadava Prakash encontrou Kuresh, um estudante de Ramanuja que tinha memória fotográfica. Citando Shrutis, a melhor prova védica, Kuresh convenceu-o de que brahman tem forma transcendental e qualidades advindas da realidade final máxima – a suprema Verdade Absoluta conhecida como Senhor Narayana.
Ramanuja iniciava qualquer pessoa independente de casta. Usando o método da purificação pancha samskara, transformava shudras em brahmanas. Estabeleceu que a posição de um Vaisnava ultrapassa todas limitações e considerações sociais. Identificando-se como um servo, Ramanuja ensinou a adoração dos Vaisnavas. Diversas vezes brahmanas invejosos tentaram envenenar Ramanuja.
Para ensinar desapego a um discípulo, Ramanuja encenou a seguinte demonstração. Falou para o discípulo criar confusão entre os sannyasis trocando as roupas deles no ghat de banho. Quando os sannyasis, que eram grandes eruditos e renunciantes, começaram a usar as roupas um do outro, iniciou-se grande discussão. O discípulo podia ver claramente que os “renunciantes” estavam apegados a um pouco de pano.
Então Ramanuja enviou o discípulo para a casa de seu discípulo grhasta, Dhanurdasa. Ramanuja ocupou Dhanurdasa no templo a fim de assegurar que este não estaria em casa. Seguindo a ordem de Ramanuja, o discípulo começou a roubar algumas jóias da casta esposa de Dhanurdasa, que estava dormindo. Depois que o discípulo pegou os ornamentos de um lado do corpo dela, de repente ela se virou. O assustado discípulo fugiu pela janela. Porém esperou do lado de fora para testemunhar a reação de Dhanurdasa. Ao retornar para casa, Dhanurdasa falou com sua esposa.
“Estou preocupada que o templo esteja precisando de dinheiro,” disse sua esposa.
“O que a faz pensar assim?” indagou Dhanurdasa.
“É porque enquanto eu dormia um dos devotos do templo veio pela janela e começou a roubar as jóias de meu corpo. Para ir tão longe assim, penso que esses pobres santos devem estar desesperadamente necessitados de dinheiro.”
“E o que fizeste enquanto ele roubava tuas jóias?”
“Eu me virei, mas ele fugiu pela janela.”
“Por que fizeste isso?” disse Dhanurdasa.
“Eu não quis espantá-lo. Só me virei para que ele pudesse pegar as jóias do outro lado de meu corpo também.”
Dhanurdasa repreendeu sua esposa, “Se não fosses tão afetada pelo falso-ego, terias dado todas tuas jóias a ele. Agora que vamos fazer? Nós falhamos miseravelmente.”
A esposa dele lamentava, “Tens razão. Foi só meu orgulho que me impediu de entregar tudo. Como jamais haveremos de fazer algum avanço?”
Vendo tudo isso, o discípulo de Ramanuja ficou espantado ante a humildade e rendição destes devotos grhastas. Ramanuja explicou o significado desses dois devotos: as roupas dos sannyasis e as jóias da esposa. Os sannyasis eram tão apegados a uns poucos trapos de pano esfarrapado que brigaram por causa disso. Porém os grhastas eram desapegados, até de jóias valiosas se fossem necessárias ao serviço do Senhor.
Ramanujacharya fundou a Sri sampradaya, uma das quatro principais sampradayas Vaisnavas (Brahma, Sri, Kumara, Rudra). Esta sampradaya propala a filosofia Vedanta de visistadvaita-vada, monismo qualificado. O Gaudiya e Sri Vaisnavismo compartilham de muitos ensinamentos e práticas. Os Gaudiyas pegaram de Ramanuja sua explicação de Deus, e o verbatim da jiva: “O princípio de Deus é como um fogo ardente, enquanto a alma vivente ou jiva é como uma fagulha – uma pequena parte de Deus.”
Ambas aceitam três classes de jivas: eternamente liberadas, eternamente condicionadas, e as libertas pela devoção e sadhana. Ramanuja ensinava servir a Deus em Vaikuntha com temor e reverência em dasya rasa (humor de senhor e servo). Os Gaudiya Vaisnavas ensinam serviço a Radha-Madhava em madhurya rasa dentro dos bosques de Vrindavana.
Ramanujacharya escreveu muitos comentários famosos sobre os Upanisads, Puranas, Bhagavad-gita. Sri Bhasya, seu comentário sobre o Vedanta, apresenta um formidável desafio ao comentário impersonalista de Shankaracharya. Até hoje em dia, a sucessão discipular Sri Vaisnava de Ramanuja continua a manter as tradições de adoração à deidade e da filosofia sistematizada pelo fundador. Seu samadhi é em Sri Rangam.
(1017-1137) foi o principal acharya na Sri-sampradaya, uma das quatro linhas principais de mestres e discípulos vaisnavas. Seu comentário do Vedanta-sutra — Sri-bhasya — estabelece a qualificada doutrina conhecida como Visistadvaita, não-dualismo. Forte proponente da filosofia do personalismo, ele ensinou que embora o Senhor Supremo e as almas individuais sejam qualitativamente unos, ainda assim há uma diferença entre eles, porque o Senhor é infinito e as entidades vivas são infinitesimais. Srila Ramanujacharya viajou extensivamente ao longo da Índia, ensinando o personalismo e derrotando os proponentes da filosofia monística. Fundou setenta e quatro centros de Sri Vaisnavismo e iniciou setecentos sannyasis (monges renunciados), doze mil brahmacharis (estudantes celibatários), e milhares de chefes de famílias, inclusive os reis e proprietários de abastadas terras.
fonte
http://br.groups.yahoo.com/group/krishna-katha
Agradecimentos especiais ao Jaya Gokula prabhu e seu grupo de Suzano
que gentilmente nos deu uma cópia dessas maravilhosas biografias.
que gentilmente nos deu uma cópia dessas maravilhosas biografias.
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