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segunda-feira, 5 de dezembro de 2011
segunda-feira, 18 de julho de 2011
Krishna Katha
aham sarvasya prabhavo
mattah sarvam pravartate
iti matva bhajante mam
budha bhava samanvitah
"Eu Sou a origem de todas as coisas, e tudo emana de Mim.
Os sábios iluminados, a isto conhecendo, enaltecem a Mim, de modo determinado, e atenciosamente".
quinta-feira, 23 de junho de 2011
Conhecimento Transcendental
“Tenta aprender a verdade aproximando-te de um mestre espiritual. Faze-lhe perguntas com submissão e presta-lhe serviço.
As almas auto-realizadas te podem transmitir conhecimento porque viram a verdade” (Bhagavad-gita, Cap. 4, verso 34).
O Mukunda Upanishad (1.2.12) declara que um estudante sincero tem que chegar a um guru ideal para receber conhecimento transcendental e esclarecimento.
Sri Krishna diz: “Essa Minha morada suprema não é iluminada pelo sol ou pela lua, nem pelo fogo ou pela eletricidade. Aqueles que a alcançam jamais retornam a este mundo material” (Bhagavad-gita, Cap. 15, verso 6).
segunda-feira, 9 de agosto de 2010
Instruções para a Nossa Vida-do Bhagavad-gita
Bhagavad-gita Tal Como Ele É, Capítulo Nove: “O Conhecimento Mais
Confidencial.”
VERSO 30
api cet su-duracaro
bhajate mam ananya-bhak
sadhur eva sa mantavyah
samyag vyavasito hi sah
SINÓNIMOS
api-mesmo; cet-se; su-duracarah-uma pessoa que cometa as acções mais
abomináveis; bhajate-está ocupada em service devocional; mam-a Mim;
ananya-bhak-sem desvio; sadhuh-um santo; eva-decerto; sah-ele;
mantavyah-deve ser considerado; samyak-completamente; vyavasitah-situado em
determinação; hi-decerto; sah-ele.
TRADUÇÃO
Mesmo que alguém cometa as acções mais abomináveis, se estiver ocupado no
serviço devocional, deve ser considerado santo, porque está devidamente
situado em sua determinação.
SIGNIFICADO por Srila Prabhupada
A palavra su-duracara usada neste verso é muito significativa e devemos
compreendê-la apropriadamente. Quando é condicionada, a entidade viva tem
duas espécies de actividades: uma é condicional e a outra, constitucional.
Quanto à protecção do corpo ou ao acatamento às leis da sociedade e do
Estado, concerteza há diferentes actividades relativas à vida condicional,
mesmo para os devotos, e essas actividades chamam-se condicionais. Além
destas, a entidade viva que está plenamente consciente de sua natureza
espiritual e se ocupa em consciência de Krsna, ou no serviço devocional ao
Senhor, realiza actividades que se denominam transcendentais. Essas
actividades são executadas em sua posição constitucional, e chamam-se
tecnicamente serviço devocional.
Jaya Srila Prabhupada !
quarta-feira, 23 de junho de 2010
Quem É Qualificado para Compreender o Bhagavad-gita?
Quem É Qualificado para Compreender o Bhagavad-gita?
Excerto de um palestra de Srila Prabhupada,
Montreal, 24 de agosto de 1968
Assim, quem é qualificado para compreender o Bhagavad-gita? Vocês podem compreender. Aqueles que não são bhaktas, eles também podem compreender, superficialmente. Assim como alguém tem a garrafa de mel. Se a pessoa pensa que: “Eu tenho a garrafa de mel. Permitam que eu lamba a garrafa”, então, lambendo a garrafa, que gosto você irá obter? A garrafa tem que ser aberta e você tem que ver o que está lá. (risos). E se um patife pensa que “estou lambendo esta garrafa, e estou comendo mel, estou saboreando mel”, ele é o patife número um. Simplesmente. De maneira similar, se alguém não é bhakta, se alguém não é devoto de Krsna, esse patife não pode compreender o que é o Bhagavad-gita. Não é por meio de sua erudição ou por meio de sua especulação. Então você nunca compreenderá o Bhagavad-gita. Se você tem que compreender o Bhagavad-gita, então você tem que compreender mediante o processo como este é declarado no Bhagavad-gita, não mediante sua própria especulação mental. Este é o processo para compreender. Bhakto ’si me sakha ceti [Bg. 4.3]...
Assim, este é o processo de compreensão do Bhagavad-gita. Portanto, estou falando a partir deste capítulo quatro. O segredo para compreender o Bhagavad-gita está aqui, e, se vocês seguirem estes princípios... Assim como, quando você compra um frasco de remédio da [...] drogaria, há uma dose. Leia: “Este medicamento deve ser consumido nesta dose”. Se você segue a direção do rótulo do frasco, então você se beneficia. Similarmente, aqui está a direção: evam parampara-praptam. Você tem que compreender o Bhagavad-gita a partir da sucessão discipular, e isso significa alguém que é devoto, um devoto. Devoto. Este devoto de sucessão discipular. Do contrário, não há possibilidade. Se essa sucessão discipular é algo diferente do serviço devocional, então ele não pode compreender o Bhagavad-gita. Há muitas experiências práticas, e muitíssimos eruditos, livros que estudamos, e seus comentários não passam de disparates, porque eles não são bhaktas. Eles tentam compreender o Bhagavad-gita simplesmente por meio de sua qualificação acadêmica. Isso não é possível. Isso não é possível. Se alguém está tentando [compreender] o Bhagavad-gita por meio de sua qualificação acadêmica... Qual é o valor dessa qualificação acadêmica? Ela não tem nenhum valor na presença da ciência espiritual. É algo diferente. Deve-se compreender por um processo diferente.
Portanto, nós discutiremos este Bhagavad-gita, como Arjuna compreendeu. Trata-se de um fato claramente mencionado aqui, o fato de que, antes de Arjuna, antes de encontrar-Se com Arjuna, a ciência do Bhagavad-gita esteve perdida. É claramente declarado. Sa kaleneha yogo nastah parantapa [Bg. 4.2]. Estava perdida. Embora seja eterna, mesmo assim; porque o sistema parampara, ou sucessão discipular, rompeu-se, o verdadeiro significado ou verdadeiro sentido do Bhagavad-gita não foi recebido. Rompeu-se. Nasta significa o sistema parampara rompido. Portanto, Krsna está designando Arjuna para compreender, isto porque ele é devoto e amigo. Assim, se você aceita o Bhagavad-gita como Arjuna o compreendeu, então você está ouvindo diretamente de Krsna. Este e o processo.
Tradução de Bhagavan dasa (DvS) – Outras traduções disponíveis em www.devocionais.
segunda-feira, 24 de maio de 2010
Nrsimhadeva, o Protetor dos Devotos [Volta ao Supremo]

Originalmente publicado em Back to Godhead [Volta ao Supremo], revista fundada por Sua Divina Graça Srila Prabhupada no ano de 1944
Artigo referente à edição do bimestre de novembro/dezembro de 2007
Nrsimhadeva, o Protetor dos Devotos
Aja Govinda dasa
Uma das formas mais deslumbrantes do Senhor Krsna é a de Sri Nrsimhadeva, Sua encarnação como meio homem meio leão. O Senhor Nrsimha aparece para proteger Seu devoto Sri Prahlada Maharaja do ateísta rei Hiranyakasipu, o próprio pai de Prahlada.
Prahlada, o Garoto Santo
Sri Prahlada Maharaja era devoto do Senhor Krsna desde seu nascimento, tendo recebido o conhecimento acerca do serviço devocional ainda no ventre. Certa vez, durante a ausência de Hiranyakasipu, seus inimigos, os semideus, servos do Senhor Supremo responsáveis pela a administração do universo, seqüestraram sua esposa para matarem seu embrião. Eles temiam que aquele embrião pudesse se tornar, posteriormente, outro poderoso inimigo. Sri Narada Muni, todavia, resgatou a mãe e a criança após convencer os semideuses que aquele garoto no ventre era um grandioso devoto do Senhor Krsna. [Veja a seção extra ao fim “Por que Prahlada se torna filho de Hiranyakasipu”
No ventre de sua mãe, enquanto ela permanecia no asrama de Narada Muni, Prahlada ouviu os tópicos transcendentais concernentes às glorias do Senhor, refugiou-se no infalível abrigo dos pés de Krsna, e se tornou completamente destemido. Posteriormente, embora fosse apenas uma criança de cinco anos, possuía firme fé na proteção do Senhor, e invocou essa mesma devoção pura ao Senhor no coração de seus colegas de sala da escola ateísta de Sukracarya, o guru dos daityas, ou ateístas descendentes de Diti. Muito enraivecido pela indesviável devoção de seu filho por seu pior inimigo – o Senhor Visnu, a forma de quatro braços do Senhor Krsna – Hiranyakasipu sentenciou Prahlada à morte. Os servos de Hiranyakasipu tentaram de tudo para matar Prahlada. Tentaram matá-lo por fome, por envenenamento, rogando-lhe maldições, assombrando-
O Plano de Hiranyakasipu para se Tornar Deus
A inimizade de Hiranyakasipu para com o Senhor Visnu começou quando o Senhor, sob Sua forma como um javali gigante, matou o irmão gêmeo de Hiranyakasipu, Hiranyaksa, que havia desequilibrado a Terra por gananciosamente minerá-la em busca de mais e mais ouro. Com a morte de seu irmão, Hiranyakasipu acusou o Senhor Visnu de parcialidade para com os semideuses: “A Suprema Personalidade de Deus abandonou Sua tendência de ser equânime para com os demônios e semideuses. Embora Ele seja a Pessoa Suprema, agora, influenciado por maya [ilusão], Ele assumiu a forma de um javali para comprazer Seus devotos, os semideuses, assim como uma criança inquieta se inclina mais a uma pessoa do que a outra”.
O Senhor, de fato, nunca demonstra parcialidade para com alguém: samo ‘ham sarva-bhuteshu na me dveshyo ‘sti na priyah (Bhagavad-gita 9.29). Ele simplesmente reciproca cada entidade viva de acordou com seus desejos individuais. O Senhor Krsna diz no Bhagavad-gita (4.11):
ye yatha mam prapadyante
tams tathaiva bhajamy aham
mama vartmanuvartante
manushyam partha sarvashah
“A todos aqueles que se rendem a Mim, Eu os recompenso proporcionalmente. Todos seguem o Meu caminho sob todos os aspectos, Ó filho de Prtha”. Assim, o Senhor aparece como a morte para o ateísta e como o salvador amoroso para o Seu devoto; uma vez que está acima de qualquer idéia de afinidade material.
Para vingar a morte de seu irmão, o poderoso daitya Hiranyakasipu prometeu satisfazer a alma de seu irmão derramando o sangue de Visnu. Para obter o poder e imortalidade que precisava, executou penitências humanamente impossíveis, através das quais obteve favores do senhor Brahma, o criador do universo. Hiranyakasipu pensou que poderia se tornar Deus através de suas austeridades e penitências pessoais. Ele tolamente concluiu que, uma vez que o Senhor Visnu estava favorecendo os semideuses, Ele também era uma alma condicionada comum (influenciada por atração e rejeição) que havia se tornado Deus através de austeridades. Essa mentalidade é própria dos filósofos Mayavadis, que dizem que cada alma é Deus iludido por maya e, uma vez que a ilusão seja dissipada, a alma novamente realiza sua identidade como Deus. Essa teoria, todavia, é inaceitável quando consideramos a supremacia do Senhor Krsna, a Suprema Personalidade de Deus, como Ele estabelece no Bhagavad-gita (9.10):
mayadhyakshena prakritih
suyate sa-caracaram
hetunanena kaunteya
jagad viparivartate
“Esta natureza material, que é uma de Minhas energias, funciona sob Minha direção, ó filho de Kunti, produzindo todos os seres, móveis e inertes. Sob sua ordem, esta manifestação é criada e aniquilada repetidas vezes”. A energia material, maya, é uma das diversas potências do Senhor Supremo. Sendo maya completamente submissa ao Senhor, não há nenhuma possibilidade do Senhor Supremo e Absoluto ser controlado por sua influência. As entidades vivas, todavia, uma vez que são partes diminutas do Senhor, podem ser iludidas. A teoria Mayavada, de que após a liberação a alma se funde em Deus, é refutada no Bhagavad-gita (15.7, 2.12), onde Krsna declara que todas as almas jivas são Suas partes eternas, sendo sempre individuais.
Os Mayavadis também declaram que a concepção mais elevada de Deus é a do impessoal e todo penetrante nirguna brahman (a Verdade Absoluta destituída de qualidade, atributos e forma), que aceita um corpo material, como o nosso, sempre que vem a este mundo. Assim, para os Mayavadis, o Senhor Visnu ou Krsna são saguna-brahman (Brahman com atributos e formas) que, para eles, quer dizer que estão iludidos pela energia material, uma vez que não podem entender a transcendência com forma e qualidades.
Frustrados devido ao sofrimento causado pelo corpo material, os filósofos impersonalistas concebem a transcendência, ou liberação, como destituídas de qualidades e atributos. O Senhor comenta sobre essa noção:
avyaktam vyaktim apannah
manyante mam abuddhayah
param bhavam ajananto
mamavyayam anuttamam
“Homens sem inteligência, que não Me conhecem perfeitamente, pensam que Eu, a Suprema Personalidade de Deus, Krsna, antes teria sido impessoal e que agora assumi esta personalidade. Devido a seu conhecimento limitado, eles não conhecem Minha natureza superior, que é imperecível e suprema” (Bhagavad-gita 7.24). Aprendemos, portanto, através do Bhagavad-gita, que o Senhor Krsna nunca fez nenhuma austeridade ou penitência para se tornar Deus. Ele é eternamente a Suprema Verdade Absoluta, e as almas individuais são Suas eternas partes fragmentárias.
Nrsimhadeva Mata Hiranyakasipu
Assim como os Mayavadis mantêm a falsa teoria de que uma alma pode se tornar Deus através de um pouco de penitências, Hiranyakasipu considerava que poderia se tornar invencível e vencer o Senhor Visnu com seus poderes. Mas Prahlada desafiava seu poder.
O arrogante Hiranyakasipu rogou-lhe pragas e inquiriu: “De onde você tira forças para desafiar minha supremacia?”.
“O Senhor Visnu é a fonte de minhas forças”, respondeu o destemido Prahlada. “Ele é a origem da força de todos, inclusive da sua”.
Ouvir que sua força era produto da graça de Visnu, seu pior inimigo, foi o pior dos insultos para Hiranyakasipu, que desafiou Prahlada: “Maldito Prahlada, você está sempre falando sobre um supremo controlador onipresente superior a mim. Se ele está em todo o lugar, por que, então, Ele não está presente diante de mim neste pilar? Se ele não aparecer deste pilar, separarei, hoje, sua cabeça de seu corpo com minha espada”.
Com essas palavras, Hiranyakasipu golpeou o pilar, do qual ouviu-se um som tão alto que parecia que a cobertura do universo seria destruída. [Veja a seção extra ao fim “Como Prahlada Sabia que o Senhor Nrsimha Iria Protegê-lo”].
Para comprovar a afirmação de Seu devoto Prahlada, o Senhor Supremo apareceu do pilar em uma forma jamais vista, uma forma que não era nem homem, nem leão: a forma de Sri Nrsimhadeva.
Embora Hiranyakasipu parecesse uma mariposa entrando no fogo quando foi atacar o Senhor Nrsimha, ele ridiculamente pensou que poderia derrotar o Senhor como fizera anteriormente com seus demais inimigos. Anteriormente, quando seu irmão fora morto, Hiranyakasipu, irado, se dirigiu para a residência do Senhor com um tridente em mãos. O Senhor então desapareceu entrando na narina de Hiranyakasipu. Não conseguindo achá-lO, Hiranyakasipu considerou que Deus estava morto.
Agora, Hiranyakasipu confrontava o Senhor, que brincou com ele da mesma forma que um gato brinca com um rato. Quando o sol começou a se pôr, o Senhor Nrsimha colocou Hiranyakasipu em Seu colo e enterrou Suas garras no torso do demônio.
O daitya exclamou: “Como isso é possível? Meu corpo que está sendo rasgado agora por Nrsimhadeva é o mesmo corpo que quebrou as presas de Airavata, o elefante de Indra; é o mesmo corpo que não sofreu nenhum ferimento, mesmo após ter sido golpeado pelo machado do senhor Shiva”. (Nrsimha Purana 44.30)
Nrsimhadeva rasgou o peito pétreo de Hiranyakasipu com Suas garras semelhantes a diamantes. O Senhor, então, enguirlando-
Como outro aspecto de Sua peça divina, o Senhor de repente se surpreendeu ao ver que o corpo de Hiranyakasipu havia desaparecido. Quando balançou Suas mãos, todavia, os pedaços mutilados do corpo de Hiranyakasipu caíram de Suas unhas no chão (Nrsimha Purana 44.32-35). Assim, entendemos que Hiranyakasipu era apenas um insignificante inseto se comparado com o leão transcendental, o Senhor Nrsimhadeva, como confirma Jayadeva Gosvami:
tava kara-kamala-
dalita-hiranyakashi
keshava dhrita-narahari-
“Ó Keshava! Ó Senhor do universo! Ó Senhor Hari, que assumiu a forma metade homem, metade leão! Todas as glórias a Ti! Assim como se pode facilmente esmagar uma vespa entre as unhas, o corpo de Hiranyakasipu, um demônio parecido com uma vespa, foi dilacerado pelas afiadas unhas de Tuas belas mãos de lótus”.
O Senhor Nrsimhadeva derrotou Hiranyakasipu sem contrariar nenhuma das bênçãos concedidas pelo senhor Brahma, que abençoara Hiranyakasipu para que não fosse morto:
dentro ou fora de qualquer residência (o Senhor o matou no portal de entrada)
nem durante o dia nem durante a noite (o Senhor o matou no crepúsculo)
nem no céu nem na terra (o Senhor o matou em Seu colo)
nem por homem nem por animal (o Senhor Nrsimha é meio homem, meio leão)
nem por nenhum semideus, demônio ou serpente divina (o Senhor está acima de todas essas categorias)
nem por qualquer arma ou entidade, corporificada ou não-corporificada (O Senhor Nrsimha perfurou o daitya com Suas garras, que não são consideradas armas, e o Senhor é transcendental ao processo de corporificação e descorporificaçã
Por fim, Hiranyakasipu não poderia ser morto por nenhuma entidade viva, criada ou não criada por Brahma. Hiranyakasipu teve o cuidado de garantir que também não seria morto pelo senhor Brahma, pelo senhor Shiva ou pelo Senhor Visnu, as três deidades que presidem o universo (as três únicas personalidades que não foram criadas por Brahma). O Senhor Nrsimha é um lila-avatara, ou encarnação de passatempo do Senhor Krsna, e não está na categoria que inclui Brahma, Shiva e Visnu, que são guna-avataras, deidades com o encargo dos três modos da natureza material.
Hiranyakasipu, o ditador do universo, desejou inverter o sistema piedoso criado por Krsna. Ele queria que os impiedosos fossem recompensados e os piedosos, punidos. Assim, com a morte de Hiranyakasipu, todos os semideuses e habitantes de diversos planetas piedosos ofereceram orações ao Senhor Nrsimha, expressando gratidão por o Senhor ter matado o daitya, que havia roubado suas esposas, riquezas e a parte das oferendas sacrificiais que lhes cabia. Apenas Prahlada Maharaja, todavia, pôde acalmar, com suas orações devocionais, a ira transcendental do Senhor Nrsimha, que está disposto a aparecer sob qualquer forma e em qualquer lugar para proteger Seus devotos puros.
O Senhor Nrsimha ficou extasiado ao ver a fé inabalável de Prahlada Maharaja, e pediu repetidas vezes para que ele Lhe pedisse alguma benção. Mas Prahlada, como o mais compassivo de todos os devotos, se interessa muito mais pelo bem dos outros do que com o seu próprio; assim, seu único pedido foi que o Senhor salvasse seu pai demoníaco. Satisfeito, o Senhor Supremo garantiu liberação para vinte e uma gerações de parentes da dinastia de Prahlada Maharaja.
(extra)
Por que Prahlada se Torna Filho de Hiranyakasipu
Certa vez, o poderoso Hiranyakasipu subiu até o pico do monte Kailasa, a residência do senhor Siva, e começou a praticar severas austeridades. O senhor Brahma, o administrador do universo, sabendo que Hiranyakasipu aterrorizaria todo o universo com os poderes adquiridos através de suas austeridades, começou a meditar em como deter o daitya. O sábio Narada garantiu a seu temeroso pai, Brahma, que iria distrair Hiranyakasipu de seu transe ascético.
Narada e seu amigo Parvata Muni assumiram, então, a forma de dois pássaros e voaram para o local onde Hiranyakasipu estava em profunda meditação. Lá, eles recitaram três vezes o mantra om namo narayanaya. Ao ouvir o nome de seu inimigo Narayana, ou Visnu, Hiranyakasipu atirou uma flecha para matar os pássaros, mas os sábios voaram para longe.
Tendo já perdido a concentração em suas penitências, Hiranyakasipu se recolheu ao seu palácio, onde desfrutou da noite junto de sua rainha Kayadhu. Kayadhu perguntou a seu esposo por que ele havia abandonado sua determinação em executar penitências por dez mil anos. Ele contou para ela sobre os pássaros que lhe perturbaram cantando em voz alta o nome de Narayana. O daitya estava desfrutando de forma íntima a companhia de sua esposa, e seu sêmen foi liberado em seu interior no exato momento em que contou para ela sobre o mantra om namo narayanaya. Assim, o santo nome do Senhor foi recitado no momento da concepção de Sri Prahlada Maharaja.
— do Nrsimha Purana 41.7–34
Como Prahlada Sabia que o Senhor Nrsimha Iria Protegê-lo
Como uma das últimas tentativas de matar Prahlada, Hiranyakasipu ordenou a seus soldados amararem Prahlada com nagapasha (corda de cobra) durante o começo da madrugada, jogá-lo no mar, e rolarem diversos pedregulhos gigantes para que o esmagassem no fundo do oceano. Quando Prahlada foi atirado no oceano, todavia, as ondas levaram o garoto para a costa, onde o transportador pessoal do Senhor Visnu, a gloriosa ave Garuda, aguardava Prahlada para libertá-lo das cobras que lhe prendiam. Então, Varuna, o senhor do mar, despertou Prahlada oferecendo-lhe seus respeitos.
Ao reaver seus sentidos, Prahlada orou a Varuna: “Ó senhor do oceano, és muito afortunado, pois sempre vês o Senhor Visnu, que repousa em uma cama de serpente sobre tuas águas. Por favor, instrui-me a como vê-lO pessoalmente, bem diante de meus olhos”.
Varuna respondeu: “Querido Prahlada, ó melhor dos yogis, simplesmente ora a Ele em meditação profunda, e o Senhor, que é o benquerente de Seus devotos, certamente aparecerá diante de ti”.
Tendo respondido, Varuna desapareceu entre as águas.
Sentindo-se desqualificado para alcançar o Supremo Senhor Visnu, Prahlada chorou na praia com seu coração repleto de pesar, até que desmaiou.
Então, o Senhor Visnu apareceu ali e levantou Prahlada, colocando-o em Seu colo. Despertado pelas afáveis mãos do Senhor, Prahlada estava com medo, surpreso e satisfeito por ver o Senhor, e novamente desmaiou em profundo êxtase. O Senhor abraçou Prahlada, e quando Prahlada recobrou sua consciência, ofereceu reverência no chão para o Senhor, mas não conseguiu oferecer-Lhe orações.
O Senhor o levantou do chão e disse: “Querido filho, abandone esse medo de Minha grandeza, pois não Me há ninguém mais querido do que você. Por favor, peça-Me qualquer coisa que deseje do fundo de seu coração”.
Prahlada respondeu: “Meu Senhor, tudo o que desejo é contemplar o néctar de Sua forma divina, que é raramente vista mesmo pelos mais grandiosos semideuses”.
Quando o Senhor insistiu que Prahlada Lhe pedisse uma benção, o grande santo pediu unicamente devoção imaculada e exclusiva por Ele.
Após abençoar Prahlada dizendo que teria tudo o que desejasse e desfrutaria de todos os prazeres, o Senhor disse: “Não fique ansioso por Meu desaparecimento, pois Eu nunca deixo o seu coração. Muito em breve você Me verá novamente, quando, para matar Hiranyakasipu, Eu aparecerei na forma de Nrsimha – querida pelos santos e mortal para os ateístas”.
— do Nrsimha Purana 43.28–85
O Dia do Aparecimento Transcendental de Nrsimhadeva
Um dos capítulos do Padma Purana, o Uttara Khanda, descreve as glórias do Sri Nrsimha Caturdashi, o dia do aparecimento transcendental do Senhor Nrsimha. Nesse capítulo, o senhor Siva narra a seguinte história pra sua esposa Parvati:
Depois que o Senhor Nrsimha derrotara Hiranyakasipu, Prahlada ofereceu-Lhe orações com profunda devoção e, então, perguntou ao Senhor: “Como pude eu, meu Senhor, obter a raríssima posição do serviço devocional puro à Suprema Personalidade de Deus?”.
O Senhor Nrsimhadeva respondeu: “Prahlada, em sua vida anterior você foi um indigno filho de um brahmana. Rejeitando as escrituras Védicas, você era extremamente apegado a diversas atividades pecaminosas. Simplesmente por observar completo jejum – de alimentos e de água – no auspicioso dia de Meu aparecimento, o Sri Nrsimha Caturdashi, você obteve o serviço devocional puro por Mim. E todo aquele que observa esse jejum, Eu lhe garanto eterna bem-aventuranç
O Senhor Nrsimha é uma forma eterna do Senhor que aparece em diversos universos em diferentes momentos para executar Seus passatempos divinos. Seu Nrsimha Caturdashi, o décimo quarto dia lunar da lua crescente do mês de Madhusudana, é, portanto, eternamente um dia sagrado, no qual Seus devotos jejuam a fim de glorificarem o aparecimento transcendental do Senhor.
Tradução de Bhagavan dasa (DvS) e revisão de Prana-vallabha devi dasi – Outras traduções em www.devocionais.
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