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quarta-feira, 16 de novembro de 2011

DAR PRASADAM E COISA DO PASSADO

DAR PRASADAM E COISA DO PASSADO

debate entre os devotos.
http://br.groups.yahoo.com/group/krishna-katha


Todas as Glórias a Srila Prabhupada

Jaya prabhus Girindra das, Vaikuntha Prasada das e Leo

Por favor, aceitem minhas humildes e sinceras reverências

Muito interessantes as mensagens dos senhores.
Após lê-las, fiquei pensando na situação de Srila Prabhupada de quando
chegou ao Ocidente.
De fato, ele poderia ter ganho muito lakshimi se ao invés de traduzir
livros e pregar em meio aquele cenário que pudemos conhecer graças a sua
biografia e relatos dos seus servos, tivesse comercializado a prasada que
preparava e cobrasse pelas aulas que dava.
Como tão bem relatado pelo Prabhu Vaikuntha Prasada, em seus primeiros
programas, costumava repartir uma maçã entre os presentes, pois no momento
era o que podia ser honrado.
Arrisco a dizer que Srila Prabhupada fazia isso porque mais do que matar a
fome, a menor centelha de prasada alimenta a alma do indivíduo.
Esses relatos de Srila Prabhupada são muito inspiradores porque nos mostra
de forma prática como devemos agir em relação a esse tema.
Na sua biografia, também podemos ver que assim que a situação de lakshimi
começou a melhorar, Srila Prabhupada aumentou o padrão da prasada oferecida.
Sem contar que por diversas vezes, deu instruções diretas aos discípulos de
como deveriam receber a quem chegasse, com um bom prato de prasada e
bebidas frescas.
Dia desses, passou uma matéria muito bonita no CANAL GNT sobre a despedida
de um jovem devoto que estava indo para Índia e seus pais que ficavam no
Brasil (Chegadas e Partidas, GNT).
Na verdade, eu sempre assisto ao programa e fiquei muito surpresa e feliz
ao ver que os entrevistados eram devotos conhecidos.
A matéria foi muito bem feita e a mãe se expressou de uma forma muito
bonita e sincera. Mas um trecho a ser destacado, foi quando a apresentadora
Astrid perguntou à devota como havia conhecido a religião e ela respondeu
dizendo que foi através de uma amiga que a convidou para ir ao templo comer
uma pizza Hare Krsna.
São inúmeros os casos em que a a prasada foi o ponto primordial da*conversão
*, e isso falo por experiência própria.
Recordo-me da época em que meus pais conheceram os devotos e de ficarem
maravilhados por desfrutarem de uma refeição vegetariana *sem ser sem graça*
.
Hoje em dia, nós sabemos que não é *sem graça* justamente por ser prasada,
uma refeição totalmente espiritual, mas na época, eles sequer sabiam
explicar o que havia de tão diferente ali (Krsna!).
Sempre vi a hora da prasada como sendo o momento em que os mais diversos
devotos se juntam e se associam (seja comentando a aula que acabaram de
ouvir ou compartilhando relatos de sankirtana e também de suas vidas). E
sinceramente, acho uma pena que essa associação tenha se perdido em alguns
locais.
Eu e meu marido conversando sobre isso em casa, lembramos desses momentos
como sendo a *socialização da prasada*.
Hoje em dia, é comum apontarmos as dificuldades financeiras e a falta de
mão-de-obra, mas nessas horas, que lembremos de nosso Acarya Fundador que
chegou com parcos dólares ao Ocidente sem nem saber direito aonde iria se
abrigar e como e com o que iria se alimentar.
Sobre o que o prabhu Leo diz em relação a cobrança para entrar dentro do
templo ("Hoje cobram até pra vc entrar no templo pra cantar Hare krishna.
Sendo que o Senhor Caitanya distribuia os santos nomes."), se está
ocorrendo, é no mínimo lamentável.
Não consigo imaginar a cena de uma bilheteria em frente a um dhama como
sendo algo positivo e convidativo, na verdade, custo a acreditar em uma
possível cena nesses modos.
De fato, não há sentimento pior no mundo do que aceitar uma misericórdia e
ficar na mental que esta deveria estar sendo paga ou que para isso você
teve que pagar previamente.
Logicamente, nós como grhasthas, sabemos que dentro dos nossos limites e
possibilidades (na minha humilde opinião, não devemos julgar a
possibilidade financeira alheia e muitos menos aquilo que não é ou o que
deveria ser doado, e sim aceitar de bom grado o que é oferecido), devemos
fazer doações.
Mas também penso que devemos trabalhar para que os nossos projetos sejam
auto-sustentáveis, embutindo com máxima prioridade os custos da
distribuição de prasada gratuita e até mesmo torná-la um fator determinante
para a realização ou não de um grande festival.
Particularmente falando, eu também não gosto de ver o emprego do termo
dízimo entre os devotos e isso é algo que já me incomodou bastante.
Não critico as Igrejas que fazem uso do termo e sim que o nosso movimento o
faça, pois foge ao que Srila Prabhupada especificou e também pode causar um
impacto negativo entre os membros, seja antigos ou recém-chegados.
A imposição geralmente gera indisposição e é com isso que devemos tomar
muito cuidado.
Não tenho o intuito de ficar discutindo amplamente esse tema aqui no fórum,
pois nem era o meu ponto inicial, mas tive uma grata surpresa ao ver que
existem devotos dispostos a iniciarem uma reflexão sobre o caso.
Afinal, se realmente acreditamos que prasada é misericórdia, não devemos
direcioná-la a um tipo de indivíduo específico e tampouco fazer distinção
entre aqueles que podem ou não pagar para recebê-la.
O nosso movimento é congregacional e essas atitudes caem para a plataforma
da segregação.
Ainda que essa discussão pareça incômoda, é uma boa oportunidade para
deixar claro se a cobrança de prasada, estipulação de dízimo e bilheteria
na porta do dhama são instruções ou não de Srila Prabhupada.
Pelo pouco que li e procurei ouvir de devotos mais experientes,
aparentemente não são, mas se alguém tiver alguma declaração de Srila
Prabhupada que justifique de verdade isso, por favor, também compartilhem.

Atenciosamente

Sua serva,
Madhukari

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