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domingo, 23 de outubro de 2011

Rama Ekadasi


Rama jejum de Ekadasi 23

Maharaja Yudhisthira disse:

-Ó Janardana! ó protetor de todos os seres, qual o nome do Ekadasi que ocorre durante o quarto-minguante do mês de Kartika (outubro/novembro)? Por favor conceda para mim este conhecimento sagrado.

O Senhor Supremo, Sri Krishna, respondeu:

-Ó leão entre os reis, por favor ouça: O Ekadasi que ocorre durante o quarto-minguante do mês Kartika chama-se Rama Ekadasi. Ele é muito auspicioso por que erradica de uma só vez os maiores pecados e concede passagem para a morada espiritual eterna. Devo narrar sua história e glórias a você.

Certa vez havia um famoso rei chamado Mucukunda, o qual era amigo do senhor Indra, o rei do céu, e tambem de Yamaraja, Varuna e Vibhisana, o irmão piedoso do demônio Ravana. O rei Mucukunda sempre falava a verdade e constantemente prestava serviço devocional a Mim. Devido a ele governar de acordo com os princípios religiosos, não havia perturbações em seu reino.

A filha de Mucukunda chamava-se Candrabhaga. Próximo de um rio sagrado, o rei fez o casamento dela com Sobhana, o filho de Candrasena. Certo dia, Sobhana visitou o palácio do seu sogro, este dia aconteceu de ser um auspicioso Ekadasi. Esta visita tornou a esposa de Sobhana, Candrabhaga, muito ansiosa, pois ela sabia que seu marido estava fisicamente muito fraco e incapaz de suportar a austeridade de um longo dia de jejum. Ela lhe disse:

-Meu pai é muito estrito sobre seguir o Ekadasi. No Dasami, um dia antes do Ekadasi, ele bate um grande simbálo e anuncia: "Ninguém deve comer no Ekadasi, o dia do Senhor Hari!"

Quando Sobhana ouviu o som do simbálo, ele disse a sua esposa:

-Ó bela, o que eu devo fazer agora? Por favor me diga como poderei salvar minha vida e obedecer as ordens de seu pai ao mesmo tempo?

Candrabhaga repondeu:

-Meu querido esposo, no reino do meu pai ninguém - nem mesmo os elefantes e cavalos, o que falar dos seres humanos- comem no Ekadasi. Na verdade, no Ekadasi, o dia do Senhor Hari, nem sequer aos animais é dada a sua ração de grãos, folhas, palha e nem mesmo água! Como então você pode escapar de jejuar? Meu amado, se você deseja comer algo, então você deve sair daqui logo. Agora com a convicção firme decida o que fazer.

O príncipe Sobhana respondeu:

-Eu decidi jejuar no sagrado Ekadasi. Qualquer que seja meu destino, ele certamente terá que acontecer.

Decidido assim, Sobhana tentou jejuar no Ekadasi, mas ele tornou-se muito perturbado por causa da fome e sede excessiva. Eventualmente o sol se pos no oeste e com a chegada da noite auspiciosa, todos os vaishnavas ficaram muito contentes. Ó Yudhisthira, todos os devotos juntos adoraram o Senhor Hari e permaneceram despertos durante a noite, mas para o príncipe Sobhana aquela noite tornou-se absolutamente intolerável. Na verdade, quando o sol surgiu no Dvadasi, Sobhana morreu. O rei Mucukunda fez o funeral de seu genro, empilhando um grande monte de madeira para o fogo de cremação, porem ele instruiu a sua filha Candrabhaga a não juntar-se ao seu marido na pira funerária. Desta maneira Candrabhaga, após executar todas as cerimônias purifictórias honrando seu marido morto, continuou vivendo na casa do seu pai.

O Senhor Sri Krishna continuou:

-Ó melhor entre os reis, muito embora Sobhana tivesse morrido, devido a ele ter observado o Rama Ekadasi o mérito concedido a ele, após a morte, capacitou-o a torna-se o governante de um reino elevado no pico da montanha Mandaracala. Este reino era como uma cidade dos semideuses; muito brilhante, com joías ilimitadas encravejadas nas paredes de seus prédios. As colunas eram feitas de rubis, e o ouro incrustado com diamantes brilhavam em toda parte. Assim que, o agora rei Sobhana sentou-se no trono abaixo de um dossel de ouro branco, os servos abanaram-no com abanos de cauda de Yak (espécie de búfalo). Uma coroa esplêndida repousava em sua cabeça, belissímos brincos adornavam suas orelhas e um colar decorava seu pescoço, braceletes e pulseiras incrustadas de joías adornavam os seus braços. Ele era servido pelos Gandharvas (cantores celestiais) e Apsaras (dançarinas celestiais). Realmente, ele parecia com um segundo Indra.

Certo dia, o brahmana chamado Somasarma, o qual vivia no reino de Mucukunda, enquanto viajava por vários lugares de peregrinação, veio por acaso ao reino de Sobhana. O brahmana viu Sobhana em toda sua glória resplandecente, embora ele fosse o genro do seu próprio rei, Mucukunda. Quando Sobhana viu o brahmana se aproximar, ele imediatamente levantou-se de seu trono e deu-lhe as boas vindas. Após Sobhana ter prestado suas respeitosas reverências, ele perguntou ao brahmana sobre o seu bem estar e sobre a saúde e bem estar do seu sogro o rei Mucukunda, da sua esposa (Candrabhaga), e de todos os residentes da cidade.

Somasarma respondeu:

-Ó rei, todos os súditos estão bem no reino do seu sogro, e Candrabhaga e os outros membros da sua familia tambem estão muito bem. A paz e a prosperidade estão por todo reino. No entanto, ó rei, estou surpreso de encontrar-lhe aqui! Por favor, conte-me sobre você. Ninguém nunca viu uma cidade tão bela quanto esta! Bondosamente diga-me como você a obteve.

O rei Sobhana disse:

-Porque eu observei o Rama Ekadasi, obtive esta esplêndida cidade para governar. No entanto, toda esta magnificiência é somente temporária. Peço-lhe que faças algo para corrigir este defeito. Como você pode ver, esta é somente uma cidade efêmera. Como poderei tornar suas belezas e glórias permanentes? Gentilmente instrua-me.

O brahmana então indagou:

-Porque este reino é instável e como ele pode se tornar estável? Por favor explique tudo isto para mim e eu tentarei ajudar-lhe.

Sobhana respondeu:

-Devido a eu ter jejuado no Ekadasi sem qualquer fé, este reino não é permanente. Agora ouça como ele poderá torna-se permanente. Por favor retorne a Candrabhaga, a belissíma filha do rei Mucukunda, conte-lhe o que você viu e compreendeu sobre este lugar e sobre mim. Certamente, se você contar-lhe isto, minha cidade logo torna-se-a permanente.

Assim o brahmana retornou à sua cidade e relatou todo episódio a Candrabhaga, a qual ficou tanto surpresa, quanto tomada de prazer em ouvir estas notícias. Ela :

-Ó brahmana, isto é um sonho que você teve ou é verdadeiramente um fato?
Somarsana respondeu:

-Ó princesa, eu realmente vi o seu falecido marido face a face naquele reino maravilhoso,o qual assemelha-se a um reino dos semideuses. No entanto, ele disse-me que todo o seu reino é instável e poderá sumir no ar a qualquer momento. Desta maneira ele deseja que você possa encontrar uma forma de torna-lo permanente.

Candrabhaga disse:

-Ó sábio entre os brahmanas, por favor leve-me até meu marido agora, pois eu desejo muito vê-lo novamente! Certamente eu poderei tornar o reino dele permanente, com o mérito que obtive jejuando em todos os Ekadasi, durante toda minha vida. Por favor reuna-nos novamente, esta dito que aquele que reune as pessoas separadas, obtem grande mérito.

O brahmana Somasarma então levou Candrabhaga até o reino efulgente de Sobhana.Contudo antes de chegar lá, eles pararam aos pés da montanha Madaracala, onde estava o asram sagrado de Vamadeva. Após ouvir a história deles, Vamadeva cantou hinos dos vedas e salpicou água sagrada em Candrabhaga. Pela influência dos ritos deste grande sábio, o mérito que ela alcançou jejuando por muitos Ekadasi, tornaram o seu corpo transcendental. Estática, com os seus olhos radiantes de admiração, Candrabhaga continuou sua viagem.

Quando Sobhana viu sua esposa aproximar-se do pico da montanha Mandaracala, ele foi dominado pelo prazer e correu para ela com grande alegria. Após a chegada dela, ele sentou-se com ela a sua esquerda, e ela lhe disse:

-Ó querido, por favor ouça enquanto lhe descrevo algo que lhe beneficirá muito. Desde que eu tinha oito anos de idade, eu jejuei regularmente e fielmente em todos os Ekadasi. Se eu transferir para você o mérito que acumulei desta maneira, o seu reino com toda certeza torna-se-a permanente, e esta prosperidade crescerá até torna-se uma grande imensidão.

O Senhor Sri Krishna continuou:

-Ó Yudhisthira, desta maneira Candrabhaga, a qual estava decorada com finos ornamentos e tinha um corpo transcendental exótico, desfrutou a paz e a felicidade com seu marido. Pela potência do Rama Ekadasi, Sobhana obteve um reino no pico da montanha Mandaracala e foi capaz de satisfazer todos os seus desejos e tambem foi abençoado com a felicidade permanente, como aquela alcançada de uma vaca Kama-dhenu.

Ó maior dos reis, assim eu narrei para você as glórias do Rama Ekadasi. Qualquer pessoa que respeite o sagrado Ekadasi tanto no quarto-crescente quanto no quarto-minguante de cada mês, indubitavelmente livra-se das reações do pecado de assassinar um brahmana. A pessoa não deve diferenciar entre os Ekadasi do quarto-minguante e os do quarto-crescente de cada mês. Como já vimos, ambos podem conceder prazer neste mundo e liberar até mesmo a alma mais pecaminosa e caida. Exatamente como uma vaca negra e uma vaca branca que dão leite em quantidades iguais, os Ekadasi do quarto-minguante e do quarto-crescente concedem o mesmo padrão de mérito e eventualmente liberam a pessoa do ciclo de nascimento e mortes. Qualquer pessoa que simplesmente ouça as glórias deste dia sagrado, Rama Ekadasi, livra-se de todos os tipos de pecados e alcança a morada Suprema do Senhor Vishnu.

Assim acaba a narração das glórias do Kartika-Krishna Ekadasi ou Rama Ekadasi, do Brahma-vaivarta purana.

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